Clareamento

Bem amigos, o tema de hoje está na moda. Clareamento, ou branqueamento como preferirem.

A estética dental teve mudanças com o passar dos tempos e a  moda do dente branco, feito estrela global, acabou por colocar a Odontologia na mídia ainda que por caminhos sinuosos.

Ter dentes bonitos e o mais branco possível passou a ser sonho de consumo.

Na carona deste desejo, surgiram os sites de compra coletivas divulgando e vendendo o clareamento simplesmente como cosmética. O tal “faça você mesmo”. Não requer prática nem tão pouco habilidade, e menos ainda o acompanhamento de um PROFISSIONAL DENTISTA.

Pela módica quantia de alguns reais você compra o kit e aplica em casa a técnica. Economiza com o dentista. Vantagem!

Só que não!

Na minha época de faculdade, o clareamento era aplicado somente em casos de polpa morta, quando o dente tinha grande alteração de cor. Normalmente esta alteração era por hemorragia ou resto de cimento endodontico na camara pupar.

Era feito com uma mistura de perborato + peroxido + fonte de calor.

Mas veja bem, nada de seringuinhas, barreira gengival ou LED.

Dente endodonticamente tratado, cortava-se a obturação um pouco abaixo da entrada do canal e fazía-se uma barreira de hidroxido de calcio PA. Sobre este uma camada de fosfato de Zinco. A câmara pulpar era então ampliada e bem limpa.

Levava-se o perborato com o auxilio de um porta amalgama e sobre ele gotejava-se o peroxido. Daí um calcador de Paiva era aquecido “ao rubro” e colocado sobre a mistura que borbulhava e acelerava a reação quimica. Se tudo fosse feito sem isolamento absoluto, coitada da gengiva palatina =(

Eram feitas sessões semanais e o resultado era bastante bom, principalmente nos incisivos. Em caninos, com maior quantidade de dentina o resultado não era tão bom. Não tenho informação se era feito clareamento nos pré-molares, mas, acho que não.

Numa outra fase foi desenvolvido um clareador já pronto, em seringa, para uso interno que se utiliza como um curativo.

O preparo do dente é o mesmo, mas o produto é aplicado com algodão e o dente é selado, ficando assim por uma semana, quando é trocado. Repete-se quantas vezes for preciso.

Mas o advento do clareamento para dentes vitais é que mexeu definitivamente com a Odontologia Estética.

Para uso profissional, existem várias opções no mercado, e para cada caso o DENTISTA seleciona o mais indicado.

Peroxido de hidrogênio, de carbamida, concentrações de 9%, 16%, 22%, 35%, etc. Moldeiras individuais que impedirão o contato do gel com a gengiva. O uso de dessensibilizante, e o mais importante: “SE A SAÚDE DENTAL E BUCAL ESTÁ EM ORDEM, CAPAZ DE RECEBER O CLAREAMENTO”.

Restaurações mal adaptadas, dentes cariados, doenças gengivais, lesões na mucosa, etc. contra indicam o procedimento.

A presença de próteses ou restaurações podem interferir no resultado final, e isso só um PROFISSIONAL tem condições de avaliar e orientar.

Ainda na rabeira do modismo, empresas fabricantes de produtos de higiene aproveitam pra ficar com uma fatia desse “mercado” . Lançam dentifricios que prometem branquear os dentes em poucos dias. Tem o azul, o vermelho, o 3D e logo vai ter o Tooth Paste Double Surround Sound que vai fazer você ter o sorriso de uma modelo e a voz de um cantor. É esperar pra ver.

Published in: on 28 de outubro de 2012 at 15:00  Comments (3)  
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3 ComentáriosDeixe um comentário

  1. […] O clareamento a long long time ago. –>Odontostalgia […]

  2. RP – Existem dois tipos no mercado: o clareamento de consultório e o caseiro. O clareamento de consultório é bem eficaz para pessoas que querem resultado mais rápido e que não querem usar nada em casa. Sendo usado o peróxido de hidrogênio de 30% a 38% como agente clareador; normalmente é realizado aplicações de 45 minutos e possui maior custo. Já o caseiro nada mais é do que a utilização do gel clareador (peróxido de carbamida de 10% a 22%) inserido numa moldeira EVA e adaptado aos dentes, com uso diário de 1 a 4 horas, e de baixo investimento. Ainda existe uma técnica que se combina as duas modalidades citadas, que é o clareamento misto, no qual o paciente faz o clareamento no consultório aliado com o uso diário em casa. Portanto, a indicação de cada um vai depender do que o dentista avaliará e do que o paciente estará disposto a fazer.

    • Isso mesmo.
      Como meu foco é apenas comparar as evoluções das tecnicas e procedimentos, não me aprofundei, além do meu maior publico ser de colegas, mas valeu.
      E obrigada pela visita.


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